Banco de Moçambique aponta aceleração no endividamento público interno

De acordo com o Banco de Moçambique, o endividamento público interno, entre Dezembro de 2022 e Setembro passado cresceu, em termos absolutos, 45.997 milhões de meticais.

“Mantém-se a tendência de aceleração do endividamento público interno”, lê-se num relatório do banco central sobre a conjuntura económica, a que a Lusa.

“No curto prazo, perspetiva-se que este cenário se mantenha, tendo em conta a limitada arrecadação de receitas fiscais, não obstante a melhoria dos desembolsos de recursos externos por parte dos parceiros internacionais”, lê-se igualmente no relatório.

Moçambique colocou em 19 de Setembro mais 3.509 milhões de meticais numa única emissão de Obrigações do Tesouro, através da Bolsa de Valores de Moçambique (BVM), com a procura a exceder a oferta.

Em causa está uma operação para subscrição direta pelos Operadores Especializados em Obrigações do Tesouro (OEOT) de até 3.509 milhões de meticais – que foi totalmente preenchida -, relativa à oitava série de Obrigações do Tesouro 2023, sendo a primeira operação do género em Setembro.

A procura global desta emissão foi 4.369 milhões de meticais, “tendo a relação procura e oferta sido de 124,51%, com a taxa mínima de 16,000% e a máxima de 21,000%”, numa operação com maturidade de 10 anos e taxa juro fixa de 16%.

Moçambique já colocou desde Janeiro, através da bolsa de valores, 28.910 milhões de meticais em Obrigações do Tesouro, tendo disponibilidade legal para emitir mais 7.738 milhões de meticais até final do ano.

De acordo com o diploma 14/2023, do Ministério da Economia e Finanças, de 18 de Janeiro, a emissão de Obrigações do Tesouro (OT) – dívida pública emitida com maturidades mais longas – para este ano prevê um valor global limite de 36.648 milhões de meticais, preferencialmente em duas emissões mensais, até 05 de Dezembro.

Dados da Bolsa de Valores de Moçambique compilados indicam que já foram feitas 14 emissões — incluindo reaberturas de emissões programadas – em 2023, com maturidades de até 10 anos e juros que variam entre os 17 e 19%, tendo assim atingido, até ao momento, praticamente 80% do limite legal de endividamento por OT para este ano. (Lusa)

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