O Banco de Moçambique considera que as perspectivas de recuperação do preço do petróleo, no mercado internacional, poderão gerar uma pressão sobre os preços domésticos, através do ajustamento do preço dos combustíveis.

No entanto, segundo o Banco de Moçambique, a menor depreciação do Metical face às moedas dos principais parceiros comerciais de Moçambique poderá amortecer os possíveis impactos do ajustamento, no índice geral de preços do país.

No seu mais recente relatório sobre a Conjuntura Económica e Perspectivas de Inflação, o Banco de Moçambique frisa ainda que a recente dinâmica da taxa de câmbio do Metical face às principais moedas transaccionáveis, aliada à possibilidade de recuperação da procura externa e à evolução dos preços das principais mercadorias de exportação, prenuncia uma menor pressão cambial a médio prazo.

“A instabilidade militar na região norte, os desafios de reassentamento das populações, bem como a logística de aquisição e administração da vacina contra o Covid-19 continuarão a ser elementos de maior pressão na despesa pública a médio prazo”, prognostica.

A instituição financeira faz ainda referência ao facto de as perspectivas de recuperação gradual da economia em 2021 e 2022 terem como fundamento a possível retoma da procura externa, em resultado do alívio gradual

das medidas restritivas associadas ao Covid-19 e à adopção de pacotes de estímulos monetários e fiscais, bem como uma evolução favorável dos preços das mercadorias de exportação.

No relatório, o banco supervisor do sistema financeiro nacional nota, a dado passo, que os riscos e incertezas associados às projecções de inflação abrandaram, realçando que, entretanto, os mesmos se mantêm elevados.

“A nível interno, destaca-se o abrandamento da instabilidade militar na zona norte do país e a prevalência de incertezas quanto ao prolongamento e magnitude do impacto do Covid-19 na economia e quanto à dinâmica dos preços dos bens e serviços administrados.