O secretário de Estado da província de Nampula, Mety Gondola, alerta que a assistência humanitária prestada tanto pelo governo moçambicano como pelos seus parceiros não deve ser concedida às mesmas pessoas que desencadearam esta crise.
Atualmente, existem em Nampula pelo menos 65.000 Deslocados Internos (IDPs) da província vizinha de Cabo Delgado, onde os terroristas mataram mais de 3.000 pessoas e forçaram mais de 900 mil a abandonar as suas casas para procurar locais mais seguros em outros lugares desde Outubro de 2017.
Gondola deixou o aviso na terça-feira falando à imprensa, ao anunciar que está em curso a assistência humanitária aos cerca de 25 mil novos deslocados internos que fogem dos distritos de Eráti e Memba, que partilham a mesma fronteira com Cabo Delgado.
“Estamos a trabalhar muito rapidamente para dar uma resposta robusta no distrito de Memba, porque não queremos que a nossa base logística seja utilizada pelas mesmas pessoas que nos estão a prejudicar”, explicou, citado pela AIM
Gondola adiantou que os deslocados internos que, por diversos motivos, não possam regressar às suas casas, serão acolhidos no campo de reassentamento de Corrane, distrito de Meconta, onde já se encontram 8 mil pessoas de Cabo Delgado.
“Aqueles que não podem regressar por motivos psicológicos ou outros, podemos reassentá-los no distrito de Meconta onde estamos preparados para prestar assistência humanitária.”
Gondola manifestou também a sua preocupação com o estado emocional dos deslocados internos que, além da assistência material humanitária, também necessitam de apoio emocional devido aos traumas que sofreram, nomeadamente as crianças.
“Todos os que foram afetados precisam de um apoio especial nosso, devemos dar o nosso apoio para que possam recuperar, reconstruir as suas vidas e reinserção social”, acrescentou.
O secretário de Estado reconheceu a necessidade de restabelecer os serviços públicos, que está condicionado à paz e tranquilidade nos locais afetados por ataques terroristas.
“As Forças de Defesa e Segurança (FDS) devem garantir a segurança em toda a região para que a população possa regressar em segurança às suas casas e retomar as suas atividades diárias”, disse.
As autoridades locais, explicou Gondola, querem evitar expor as pessoas à mesma situação de risco que já passaram recentemente.
No final de Setembro, os 25.000 deslocados internos, que fugiram dos ataques terroristas nos distritos de Eráti e Memba, começaram a receber assistência alimentar e kits de abrigo fornecidos pelo governo e parceiros da equipa de resposta humanitária em Nampula. (AIM)
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