A Agência Austríaca para o Desenvolvimento (ADA, sigla inglesa), anunciou esta quinta-feira um apoio de 4,7 milhões de euros para as comunidades rurais mais afectados pelo conflito político-militar no centro de Moçambique.
A verba vai financiar projetos com “o objectivo da melhoria de subsistência das comunidades rurais mais afectadas em seis distritos”, disse Hubert Neuwirth, dirigente da ADA, durante a cerimónia de assinatura do acordo na cidade da Beira, capital da província central de Sofala.
A iniciativa inclui o Conselho Executivo Provincial de Sofala (CEPS) e a União Europeia (UE), cuja confiança na cooperação austríaca aquele responsável agradeceu.
As atividades vão decorrer até final de 2024 nos distritos de Machanga, Chibabava, Gorongosa, Maringue, Chemba e Cheringoma, todos na província de Sofala e palco, ao longo dos anos, de episódios do conflito entre forças governamentais e da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO).
A paz foi estabelecida num acordo assinado em 2019, decorrendo atualmente o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos cerca de 5 000 ex-guerrilheiros.
“No final do programa, em dezembro de 2024, confio que as actividades do programa terão contribuído para uma melhor subsistência, maior segurança alimentar e paz nas comunidades”, frisou Hubert Neuwirth.
De acordo com a fonte, o programa terá enfoque especial nas mulheres, por forma a que “não sejam apenas beneficiárias, mas para que tenham também um papel mais proeminente no planeamento distrital e nos processos de tomada de decisão”.
O governador de Sofala, Lourenço Bulha, referiu que, no primeiro ano, o CEPS irá implementar acções rápidas de distribuição de sementes e produtos agrícolas, construção de estufas, pequenos sistemas de irrigação, tanques e sistemas de abastecimento de água a energia solar, bem como educação sobre melhores práticas de saneamento e nutrição.
“O governo de Sofala irá também facilitar o diálogo comunitário a nível distrital a fim de identificar e financiar investimentos que possam ajudar as comunidades a serem mais resilientes às alterações climáticas e a promover a inclusão económica de mulheres e dos mais vulneráveis”, concluiu.
Agência Lusa