A Ministra do Trabalho, Género e Acção Social referiu, hoje em Maputo, que o adiamento do debate sobre a revisão dos salários na função pública e sector privado visa ajustar a actual situação financeira do país face ao retrocesso registado no ano passado devido às manifestações pós-eleitorais.

Ela explicou a jornalistas que as negociações dos salários mínimos são tripartidas, envolvendo o Governo, os empregadores e os trabalhadores.

“Em função desta situação sócio-económica, sabida por todos, chegou a um acordo tripartido de que se devia adiar o início do processo da negociação salarial, até que as condições económicas o permitam” disse, Ivete Alane.

Consoante a Ministra, a recorrência ao mecanismo de adiamento da revisão dos salários se deve aos impactos negativos, quer internos ou externos, sobre a economia nacional. Referiu-se, a título de exemplo, ao adiamento no período da pandemia da Covid-19.

“E, neste ano, adiamos o início do processo para o segundo semestre, dependendo da avaliação das questões económicas do país” referiu.

Na verdade, conforme referiu o Secretário-Geral da Organização dos Trabalhadores Moçambicanos-Central Sindical (OTM-CS), a depender do Governo e do patronato, este ano, os salários podem estagnar.

“Fomos forçados a aceitar isso porque alegam que as empresas foram sabotadas e que eles tiveram de despedir muitos trabalhadores. Mas continuamos a dizer que não estamos satisfeitos com esta posição, porque o custo de vida é bastante elevado. Se fosse pela vontade deles, era que, este ano, não se mexesse nos salários. Batemos com o pé e dissemos ser preciso mexer nos salários, e trabalhar para reenquadrar os trabalhadores que perderem os seus postos de trabalho, bem assim, criar postos de trabalho” avançou o Secretário-Geral da OTM-CS, Alexandre Munguambe.

Recentemente, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique-CTA adiantou que a proposta é adiar as negociações para o mês de Agosto próximo, por forma a permitir a recuperação do tecido económico nacional e se possam colocar na mesa de discussões propostas robustas para o aumento dos salários.