Está a circular nas redes sociais um áudio, supostamente, secreto onde o membro da Renamo e vice-Presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Fernando Mazanga, abre o jogo sobre a vida interna do partido, com maior enfoque para as últimas ocorrências que precipitaram a saída de Venâncio Mondlane.
No referido material, Mazanga revela que fora ele quem próprio quem apresentou Venâncio Mondlane ao antigo líder do partido, Afonso Dhlakama, na Serra da Gorongosa.
Refere que sob liderança de Ossufo Momade, Venâncio Mondlane ocupou cargos de relevo no partido, inclusive o de ser o cabeça-de-lista nas eleições autárquicas de 11 de Outubro de 2023, na cidade de Maputo.
Sobre isso, recorda que, aquando da divulgação dos resultados preliminares, a Renamo não havia vencido das autárquicas em se quer uma autarquia em todo o país. Porém, através de estratégias reverteu a situação. Cita inclusive Manuel de Araújo, que acatou as directrizes da Renamo e recuperou a autarquia de Quelimane.
Na perspectiva de Mazanga, houve precipitação por parte de Mondlane em “fazer o que fez”, como convocar marchas e falar demasiado na imprensa. Revelou ele que a CNE estava prestes a devolver a verdade eleitoral, inclusive, na cidade de Maputo, devido a pressão que estava a ser exercida.
“Esses gajos estavam quase a ceder porque, justamente, nós tínhamos conseguido”, disse, notando que a Presidente do Conselho Constitucional, Lúcia Ribeiro, depois de se ter apercebido das vitórias da Renamo durante a contagem dos votos, ordenou a suspensão da contagem na cidade de Maputo.
Disse que Venâncio Mondlane recusou-se a delinear estratégias. “A nossa pressão, sozinhos, na CNE, é legal, com base na lei”.
“Houve um pouco de precipitação de Venâncio Mondlane e ele queria o que já estava à espera dele”, disse.
Os outros dois planos da Renamo para Venâncio Mondlane
No referido áudio a que tivemos acesso, Fernando Mazanga referiu que estava em andamento uma estratégia para fazer de Venâncio Mondlane o candidato da Renamo para ser Primeiro-Ministro. Isso passava pela tentativa de instaurar, em Moçambique, o sistema semi-presidencialista, onde o Primeiro-Ministro seria eleito pela Assembleia da República.
“O Presidente Ossufo tinha me encarregue de fazer um estudo de como se faz o semi-presidencialismo, onde nós teríamos de ter um Presidente fixo e um Primeiro-Ministro eleito pelo parlamento como Chefe do Governo. E essa função de Primeiro-Ministro assenta muito bem ao Venâncio. Mas nós teríamos de mudar a Constituição da República”, referiu.
De acordo com Mazanga, Mondlane abandonou esse plano para “querer ser presidente, de forma atabalhoada”.
Mazanga disse que estava disponível, com vice-Presidente da CNE, disponível para dar ao Mondlane todos dos trunfos de combate. “Mas nada, não vinha. Eu dei trunfos ao Araújo, que falava de dados que atrapalhavam aos outros porque eram reais”.
Entre outras, a pior atitude de Venâncio Mondlane, segundo Fernando Mazanga, foi a insistência para participar de reunião do partido em Alto Mulócuè. Naquela reunião do Conselho Nacional, Ossufo Momade teria questionado se ainda valia o mínimo apostar em Venâncio Mondlane.
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