A justiça britânica aprovou a extradição para os EUA de Julian Assange, fundador do WikiLeaks. Os juízes do Tribunal de Londres deram, assim, razão aos EUA, contra uma decisão emitida no ano passado e que negava a extradição do activista do Wikileaks, por se considerar que havia risco de suicídio, escreve a agência de informação Lusa.
O Tribunal Superior de Londres decidiu que as garantias dadas pelos Estados Unidos da América eram suficientes para garantir que Assange será tratado com humanidade e ordenou ao juiz de primeira instância para que envie o pedido de extradição à ministra do Interior britânica para ser avaliado.
Entretanto sabe-se que a decisão final sobre a extradição caberá ainda a ministra do Interior, Priti Patel. Um juiz da primeira instância já tinha recusado, no inicio do ano um pedido para extraditar Assange para os EUA, alegando na altura que o acusado tinha saúde mental frágil para resistir ao sistema da justiça criminal norte- americana.
Os EUA recorreram, tendo o advogado James Lewis argumentado que Assange “não tem histórico de doenças mentais graves e prolongadas” e que não atinge o limiar de estar tão doente a ponto de não resistir a aleijar-se a ele próprio.
As autoridades norte-americanas disseram aos juízes britânicos que, se concordassem em extraditar Assange, ele poderia cumprir qualquer pena de prisão norte-americana que recebesse na Austrália, de onde é natural.
A justiça norte-americana quer julgar o australiano por este ter divulgado, desde 2010, mais de 700.000 documentos confidenciais sobre atividades militares e diplomáticas dos EUA, principalmente no Iraque e no Afeganistão.
Os procuradores públicos dos EUA indiciaram Assange por 17 acusações de espionagem e uma acusação de uso indevido de computador devido à publicação através do portal WikiLeaks dos documentos classificados.
As acusações acarretam uma pena máxima de 175 anos de prisão, embora Lewis tenha dito que “a pena mais longa antes imposta por este crime é de 63 meses”.
Assange, de 50 anos, está atualmente detido na prisão de segurança máxima de Belmarsh em Londres.
Fonte Lusa