As dívidas gigantescas da LMF com os clubes do Moçambola e a LAM

O Presidente da Liga Moçambicana de Futebol (LMF) disse, na terça-feira, que a sua direcção está a dever 10.800.000 meticais aos clubes da maior competição futebolística do país “Moçambola”.

A dívida tem que ver com os direitos de transmissão televisiva dos seus jogos, segundo Ananias Couana, que falava durante a realização da XXVI Sessão Ordinária da Assembleia-Geral da LMF.

A LMF teve arrecadou 18 milhões de meticais com as transmissões televisivas dos jogos do Moçambola 2021, de acordo com o relatório de actividades e contas do ano passado. Durante o encontro, o dirigente máximo da LMF disse que essa dívida será liquidada em breve.

As transmissões continuam a ser garantidas pela operadora de televisão, Zap, que tem vínculo com a LMF até Dezembro deste ano, portanto, tem mais uma época de compromisso.

A ZAP apenas transmite os jogos do Moçambola na Zona Sul e no resto do país a TVM é quem transmite.

“O que não pode acontecer é haver uma transmissão paralela do mesmo jogo que a Zap esteja a transmitir”, explicou.

Alguns clubes pediram para que tenham direito de transmissão dos seus jogos caseiros nas suas plataformas digitais, uma situação que a LMF diz que será levada à análise.

Passivo de 77 milhões mais 42 milhões não registados

A LMF tem neste momento um passivo estimado em 77 milhões de meticais, boa parte dela para com as Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), empresa que garante o transporte aéreo dos clubes durante o Moçambola, escreve o “Notícias”.

As 2,249 passagens aéreas emitidas pelas LAM em 2021 são avaliadas em 18 milhões de meticais.

Outras dívidas são referentes a aquisição de combustíveis e o alojamento das delegações, sobretudo dos anos 2016 e 2017.

Existe também um valor de 42 milhões não registado nas contas da LMF, mas inscrito nas contas da LAM como sendo de taxas de combustíveis.

A LMF diz que o auditor de contas não registou a dívida de taxas de combustíveis porque o organismo reitor do Moçambola tem vindo a encetar diligências junto dos ministérios das Finanças e dos Transportes e Comunicação para não assumir essa responsabilidade.

“Assumimos que a LMF está tecnicamente falida dada a dívida insustentável que te- mos. Neste momento somos uma organização meramente social, não lucrativa. Não estamos a conseguir ser lucrativos”, lamentou.

Partilhar este artigo