Iniciou esta quarta-feira na cidade da Beira a cobertura provisória de algumas escolas do ensino público que em Março de 2019 foram severamente destruídas durante a passagem do ciclone tropical Idai, situação que se agravou com a ocorrência de novas tempestades nos últimos anos.

Numa ronda que efectuámos por algumas dessas escolas constatámos que tal cobertura está a ser realizada com recurso a lonas para as tendas e edifícios em alvenaria que se apresentam completamente sem tecto, afectando o início das aulas nos primeiros dias do ano lectivo, que abriu a 31 de Janeiro.

Numa primeira fase, o sector de Educação e Desenvolvimento Humano contemplou as escolas primárias completas 11 de Novembro, na Manga, e de Matacuane, no bairro com o mesmo nome. Consequentemente, as aulas só iniciaram ontem na EPC 11 de Novembro, contemplando as classes com exames, nomeadamente 1.ª, 6.ª e 7.ª classes, enquanto os restantes níveis de ensino poderão retomar as actividades a partir da próxima segunda-feira.

O director adjunto deste estabelecimento de ensino, com 16 salas, Manuel Joaquim, em contacto com o Jornal Notícias, adiantou que foi coberto até ontem um total de oito salas de aula, representando dois blocos, onde estão matriculados este ano 3462 alunos a serem assistidos por 53 professores. Sobre o início tardio, afirmou que tudo se deveu à indisponibilidade de lonas, adiantando que a situação dura há aproximadamente três anos depois da passagem do Idai.

“Os efeitos do ciclone Idai foram graves e a reconstrução não podia ser imediata com o agravante da crise económica, pandemia do novo coronavírus e outros desastres naturais”, justificou.

Mesmo assim, Manuel Joaquim revelou que iniciam, em Março próximo, as obras de reconstrução daquele estabelecimento de ensino com financiamento do Banco de Desenvolvimento da Alemanha (KFW).

Joaquim realçou que o projecto contempla todas as 16 salas de aula da escola e construção de mais quatro. Já na Escola Primária de Matacuane, a situação apresenta-se mais grave, pois até ontem ainda não tinham sido afixadas as listas das turmas, deixando os alunos e encarregados de educação cada vez mais reticentes.

De igual modo, também começou na quarta-feira nesta escola a cobertura das salas de aula com lonas, um trabalho que se prevê esteja concluído até domingo, enquanto o início das aulas está marcado para segunda-feira.