“Aquecimento global vai afectar abastecimento e produção de alimentos em todo o mundo” – cientistas

As conclusões do sexto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU revelaram que os efeitos do aquecimento global vão levar a um aumento de 1,5ºC na temperatura do planeta e, com isto, a produção de alimentos em todo o mundo irá sofrer.

De acordo com o ‘The Guardian’, citando diversos cientistas, estes efeitos terão um impacto directo no abastecimento de alimentos nas próximas duas décadas.

O IPCC revela que aumento das temperaturas significará que haverá mais épocas do ano em que as temperaturas excedem o que as culturas podem suportar.

Estas alterações terão também impacto na mudança dos padrões de chuva, que “deixará muitas áreas vulneráveis ​​à seca, enquanto as condições climáticas extremas tornarão a agricultura mais difícil e danificarão as plantações”.

Ilan Kelman, professor especializado em desastres e saúde da University College London, afirmou que “o aumento do calor e da humidade prejudicará as colheitas e os animais, com secas e inundações com potencial de destruir as colheitas. Serão necessárias grandes mudanças na agricultura e na pecuária para combater esses efeitos”.

Actualmente, mais de 80% das calorias consumidas em todo o mundo vêm de apenas 10 plantas agrícolas, como o arroz, milho e trigo.

O primeiro-ministro Britânico Boris Johnson publicou um vídeo onde define quatro áreas onde se pretende centrar para combater as alterações climáticas, sendo elas: banir o carvão como fonte de geração de energia até 2040; fazer o mesmo com os combustíveis fósseis para transporte; fazer com que os países juntem dinheiro para ajudar as nações mais pobres com as mudanças climáticas; acabar com “o massacre das florestas”.

Joe Biden, Presidente dos EUA, afirmou, segundo o ‘The Guardian’ que “os sinais [do aquecimento global] são inconfundíveis. A ciência é inegável. E o custo da inação continua a aumentar”.

O Primeiro-Ministro australiano Scott Morrison apontou o dedo à China, dizendo que este país é responsável por “dois terços das emissões globais”, e que as suas emissões “representaram mais do que toda a OCDE combinada”.

Por sua vez, o Governo Chinês emitiu um comunicado à AFP, de acordo com a mesma fonte, dizendo que “a China tem insistido em priorizar o desenvolvimento sustentável, verde e de baixo carbono”, e que o objectivo passa por “controlar estritamente” o crescimento das fábricas a carvão.

A realidade do impacto das alterações climáticas não será totalmente revelada até o próximo ano, quando o IPCC publicar a segunda parte da sua avaliação histórica, que irá abranger os impactos da degradação do clima em áreas-chave da vida humana e do planeta.

Partilhar este artigo