Incrementar a produção aquícola das actuais pouco mais de três mil toneladas para 24 mil, assim como a geração de 17 mil empregos, é a perspectiva do Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas, para os próximos cinco anos.
Segundo a ministra do pelouro, Augusta Maíta, é convicção do sector de pescas que a sua contribuição no Produto Interno Bruto (PIB) possa superar a cifra actual de 2%, que é ainda baixa para um país como Moçambique, com o potencial de que dispõe de condições naturais que ofereçam uma larga vantagem para a produção pesqueira em cativeiro.
Falando na abertura do VII Conselho Coordenador do MIMAIP, a governante disse ser entendimento do sector que, embora se espere um grande salto na aquacultura com o Programa de Desenvolvimento da Aquacultura de Pequena Escala ProDAPE, esta iniciativa não é iminentemente um fim, diante dos objectivos a que as Pescas se propõem a alcançar, na Estratégia de Desenvolvimento da pesca em cativeiro.
“Por isso, devemos continuar a buscar acções de modo a alcançarmos, pelo menos, 10% de aproveitamento do potencial aquícola no país. Aqui, a nossa acção deverá estar voltada, igualmente, para a atracção do sector privado, tanto nacional como estrangeiro, em linha com o modelo de intervenção de parcerias público-privada-comunidade”, disse Augusta Maíta.
Um dos aspectos que mereceu destaque na intervenção de Augusta Maíta, prende-se com a forma como a população das zonas costeiras lida com o ecossistema dos mangais, o principal espaço para a reprodução das espécies marinhas.
Segundo disse, é que a distribuição da população moçambicana coloca um desafio enorme para a zona costeira, sendo que mais de 60 por cento vive na zona costeira e a maior parte, depende dos recursos marinhos e costeiros, incluindo os mangais.
Reconheceu o interesse generalizado em ecossistemas de mangal, em função, sobretudo, do conhecimento do seu papel económico, eficiência na protecção e ligação com a pesca, contudo, manifestou preocupação em relação à sua crescente degradação, transformação e conversão para outros usos devido ao desconhecimento, má gestão e deficiente aplicação da lei.
“Precisamos dos bens e dos serviços que o mangal oferece para a humanidade e para Moçambique, em particular, o controlo do clima através do sequestro do carbono e purificação da água”, referiu.
Realçou que não constitui novidade que Moçambique tem vindo a sentir os efeitos nefastos da erosão costeira e dos eventos climáticos, como os ciclones e as inundações, de forma mais frequente e severa, devido ao comportamento pouco responsável na relação com a natureza.