Alfredo Magumisse critica relaxamento de Ossufo Momade face a aproximação das eleições

Alfredo Magumisse critica relaxamento de Ossufo Momade face a aproximação das eleições

O deputado e vice-chefe da bancada parlamentar da Renamo, Alfredo Magumisse, criticou, ontem (19), de forma contundente, o presidente do partido, Ossufo Momade. Magumisse, que foi, igualmente, candidato à presidência da Renamo, chega mesmo a ponto de questionar ou a duvidar a existência de real interesse em alcançar resultados positivos nas eleições marcadas para 9 de Outubro do corrente ano.

Numa publicação do jornal SAVANA, Alfredo Magumisse, sente-se obrigado a pensar que não há, por parte de Ossufo Momade, qualquer interesse em colocar a Renamo como força política vibrante e a governar o País.

A fonte classifica a actual Renamo como um partido bastante “amorfo, acanhado e frágil”, realidade essa que associa ao comportamento e atitude do presidente Ossufo Momade.

Uma das coisas que Magumisse não consegue entender é, por que razão, 33 dias depois da realização do congresso que elegeu novos órgãos centrais, essas entidades do partido andem completamente ausentes e desaparecidas de quaisquer tipos de actividades políticas, tendo em conta que se está em ano eleitoral.

É uma realidade estranha. Um silencio ensurdecedor, que levanta todo o tipo de questionamentos sobre o que, efectivamente, a Renamo pretende.

“Mas, a maior preocupação neste momento tem a ver com a dinâmica ou aquilo que é o movimento do partido. Como se sabe, este ano é eleitoral, temos eleições a 9 de Outubro. Passam 33 dias depois do congresso. A nossa expectativa era que, tanto o presidente eleito, como a direcção eleita a 16 de Maio começasse o seu trabalho de campo, estivesse em pré- campanha. A divulgação pública das decisões ajudaria o partido a fazer aquilo que é a sua pré-campanha. Infelizmente, há um silêncio ensurdecedor, que torna o partido amorfo, acanhado e frágil”, criticou Magumisse na mesma publicação, para depois dizer que, apesar de compreender que não há dinheiro para tanto, há actividades políticas e de grande impacto nas comunidades que não requerem muitos recursos financeiros.

Para Magumisse, essa é a grande preocupação de vários membros da Renamo, incluindo deputados da Assembleia da República. Entende ele que as questões que marcaram negativamente o partido no período anterior ao congresso, durante e depois da sua realização não devem continuar a manter a Renamo dividida, tendo em conta os desafios da actualiadde.

Contudo, a fonte reconhece que muita coisa feia aconteceu em torno da realização do congresso, a partir das proibições de participação de alguns membros do partido, assim como a forma como o congresso decorreu. Não teve receio de apontar dedo e dizer que houve batota na eleição de Ossufo Momade para continuar como presidente da Renamo e candidato presidencial.

Entretanto, entende que à busca de um bem maior, os membros entenderam que deviam relevar uma multiplicidade de fenómenos e unir-se em torno da busca de sucesso eleitoral para a Renamo.

“Do resultado do congresso foram constituídos órgãos centrais do partido. Infelizmente, ouvimos, e com muita tristeza ouvimos como foi feita a composição. Uma composição que tem uma dose de alguma vingança, exclusão, nepotismo e amiguismo. Mas, em nome da democracia interna decidimos aceitar que assim fosse, desde que fossem membros da Renamo” – disse Magumisse, anotando que a mesma lógica foi vista na selecção de nomes para a votação provincial e para a Assembleia da República.

Diante desta realidade, mais uma vez, Magumisse diz que muitos membros da Renamo deixaram para trás e colocaram em relevância os interesses maiores da organização, pelo que reiteram a preocupação no facto de os órgãos eleitos e o respectivo presidente estarem única e exclusivamente trancados, sem realizar qualquer actividade político-partidária.

“Queremos aproveitar os órgãos de comunicação social, isto já foi falado internamente, já conversamos com muitos colegas. Queremos que os órgãos tomem o leme e vão às bases do partido, mobilizem as massas em pré-campanha. É verdade que a justificação são recursos, mas para ir à Mafalala, a Maxaquene, a Namicopo, a 7 de Abril em Chimoio, não precisamos de muitos recursos. É um apelo. Queremos que a Renamo ganhe. Sem a Renamo, a democracia estará amordaçada”, concluiu Magumisse, que está com o regresso, à Assembleia da República, completamente ameaçado, tendo em conta que é o décimo na província de Manica, um círculo eleitoral que elege 17 deputados para a Assembleia da República.

 

Imagem (DR)

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