Os agentes da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) são acusados de assassinar três cidadãos civis, incluindo um professor, por se terem recusado a entregar seus telemóveis, recentemente (numa sexta-feira, 9), na vila de Mocímboa da Praia, na província de Cabo Delgado.
“… as três vítimas foram interpeladas por agentes da UIR no bairro Pamunda, por volta das 19h00, que exigiram os seus telemóveis. Mas as vítimas recusaram ceder os telemóveis, situação que levou os agentes a dispararem à queima-roupa”, escreve o Centro parta Democracia e Desenvolvimento (CDD).
Revela a ONG que após assassinar os cidadãos, os agentes esvaíram-se do local, abandonando os corpos, onde permaneceram até a manhã do sábado seguinte.
Uma das vítimas era um professor do ensino primário na escola de Milamba, e nos últimos dias passou a leccionar numa escola localizada fora da vila sede. “Mas ele era residente em Pamunda, bairro onde foi morto a tiro. Seu corpo foi transladado e sepultado na aldeia de Nacololo, no distrito de Ancuabe, sua terra natal”.
Por conta destes acontecimentos, professores e funcionários do Estado vivem momentos de preocupação e questionam a segurança em Mocímboa da Praia, para onde foram obrigados pelo Governo distrital a retornar sob pena de sofrer represálias se não cumprissem a ordem. A população local também vive de incertezas.
“Na tarde de último domingo, alguns líderes locais foram apresentar a sua preocupação relacionada com a insegurança ao Administrador do Distrito de Mocímboa da Praia”, revela a ONG.
Na semana anterior, os residentes denunciaram a morte de um jovem em Mocímboa da Praia, que teria sido agredido por um grupo de militares das Forças de Defesa e Segurança. “O grupo transportou o corpo numa viatura e foi abandonar num lugar distante do quartel, tendo sido posteriormente encontrado pelos residentes locais”.
Por estas e outras, cresce, à olhos expostos, a simpatia da população pelas forças ruandesas.
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