O relatório da Global System Operators Association (GSMA) concluiu que a África Subsaariana tem a maior lacuna de cobertura de banda larga e dados móveis. Os dados não são animadadores apesar das melhorias dos últimos anos incentivadas pela Covid-19.
Segundo o estudo da GSMA “The Mobile Economy Sub-Saharan Africa 2021”, no ano passado a taxa de penetração da Internet móvel foi de 28% na região, em comparação com uma taxa de penetração móvel de 46%. A associação atribui essa lacuna ao alto custo do smartphone, cuja penetração é de 48%.
Aquele documento esclarece que dos 1.084 milhões de pessoas avaliadas na região, 303 milhões (28%) estavam conectadas, 206 milhões não tinham cobertura por uma rede móvel (19%) e 575 milhões de pessoas (53%) viviam em áreas cobertas por redes de banda larga móvel, mas ainda não usavam os serviços de Internet móvel.
Os países de baixa renda incluídos na pesquisa foram Bangladesh, Índia, Paquistão, Argélia, Quênia, Moçambique, Nigéria e Guatemala. Os dados móveis eram os menos acessíveis nos países subsaarianos: o custo médio como proporção do PIB per capita mensal era de cerca de 4%.
Nesse sentido, um relatório da Alliance for Affordable Internet (A4AI) 2020 revelou que o preço médio de um smartphone na África é de 62 dólares. Este valor equivale a 62,8% da renda nacional bruta mensal per capita.
Entre os países onde um smartphone está caro, segundo a A4AI, encontra-se a Serra Leoa (265 dólares), Burundi (52 dólares), Níger (60 dólares). Botswana é um dos países mais baratos, com cerca de 26 dólares.
A pandemia do coronavírus aumentou a necessidade de conectividade de alta velocidade e smartphones no continente africano. A International Data Corporation (IDC), sediada nos Estados Unidos, constatou em seu Quarterly Global Mobile Phone Tracker que, em geral, as remessas de celulares no mercado africano caíram 6% A/A no terceiro trimestre de 2020. As remessas de telefones convencionais (telefones básicos que podem ou não incluir recursos de multimídia) caíram em 11,2% A/A para 29,4 milhões de unidades, enquanto as vendas de smartphones aumentaram 1,6% A/A para 22,9 milhões de unidades.
A GSMA e a A4AI acreditam que o alto custo dos smartphones, que retarda o acesso à internet banda larga móvel para muitas pessoas, pode dificultar a sua participação na economia digital. Por conseguinte, as entidades sugerem que o acesso universal e os fundos de serviço que concentram seus esforços na implantação de infraestrutura de banda larga. Além disso, sugerem a revisão da sua abordagem para incluir a acessibilidade de dispositivos móveis, incluindo smartphones.