África está por sua conta no combate às pandemias

O continente africano deve planear eficazmente e sem ajuda internacional uma resposta eficaz aos surtos de doenças, pois durante as pandemias África está “por sua conta”, defendeu, quarta-feira (12), um responsável internacional de saúde pública, informa o Portal MMO.

Como a assistência muitas vezes nunca se materializa, as nações africanas devem colmatar lacunas na sua resposta a surtos, disse citado pelo portal Ahmed Ogwell, chefe interino dos Centros Africanos de Controlo e Prevenção de Doenças, horas depois de ter sido anunciada a primeira morte por ébola na capital ugandesa, Kampala.

“Este não é o primeiro surto da estirpe sudanesa do vírus ébola aqui em África e particularmente no Uganda”, disse, acrescentando: “Nós, infelizmente, neste momento não temos um diagnóstico rápido para esta estirpe em particular, nem vacinas”.

Segundo o Portal, Ogwell falava na capital ugandesa, Kampala, onde funcionários africanos da saúde pública e outros estão reunidos para planear a cooperação transfronteiriça em resposta ao ébola.

Segundo os peritos, os 54 países africanos não receberam o apoio internacional adequado nas recentes crises sanitárias e tiveram dificuldade em obter vacinas contra a Covid-19.

Ogwell lamentou o fracasso da comunidade internacional em ajudar os países africanos a melhorar a sua capacidade de testar a varíola dos macacos e controlar a sua propagação.

Disse que não chegou ajuda a África, onde este ano foram reportadas mais mortes por varíola de macacos do que em qualquer outra parte do mundo.

“Recentemente, durante a pandemia, quando vimos o número de casos de varíola crescer aqui em África, emitimos um alerta global, mas nenhuma ajuda chegou”, referiu.

E acrescentou: “De facto, hoje, ao vermos o fim da pandemia, ainda não há ajuda a chegar a África para a varíola dos macacos. Isto significa que precisamos de verificar a nossa realidade e, para nós, a realidade é que, quando uma crise de saúde pública é grande, como a pandemia, África está por sua conta”.

“Uma vez que o ébola é uma doença prioritária para África, a ausência de diagnósticos rápidos e a ausência de uma vacina significam que temos uma lacuna na forma como damos prioridade às nossas doenças e aos instrumentos de que precisamos para lhes dar resposta”, observou Ogwell.

“Como África, temos agora de fazer as coisas de forma diferente, tendo em conta que durante a maior parte do tempo estaremos por nossa conta”, reiterou.

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