A África do Sul registou um agravamento do crime financeiro na ordem de 17,8%, anunciaram hoje as autoridades de segurança.
Dados oficiais da Polícia Sul-Africana (SAPS, na sigla em inglês) indicam uma subida de 4.503 casos de natureza financeira (fraude, corrupção, burlas, entre outros) reportados entre Abril a Junho deste ano.
No período em análise, as autoridades reportaram 29.753 casos contra 25.250 em período homólogo no ano anterior, segundo os dados da polícia consultados pela Lusa.
Em 2021, as autoridades sul-africanas reportaram cerca de 15.431 casos de crime económico-financeiro no mesmo período.
As autoridades de segurança registaram também 60 assaltos à mão armada a veículos de transporte de valores, o mesmo número do que no ano passado, e mais 15 casos do que em 2021.
Em Fevereiro, a comissão judicial “Zondo” de investigação às alegações de captura do Estado, corrupção e fraude no sector público durante a presidência de Jacob Zuma, revelou que o Congresso Nacional Africano (ANC) governante “abusou” do sistema de compras públicas para enriquecer a elite governante no país.
Ao receber o relatório do juiz Raymond Zondo, o Presidente, Cyril Ramaphosa, que é também presidente do ANC, partido no poder desde 1994 na África do Sul, salientou que “durante os últimos quatro anos, a comissão construiu um quadro perturbador da profundidade e dos danos da captura do Estado”.
Na abertura da 5.ª Conferência de Investimento da África do Sul, organizada pelo Governo em Abril deste ano, em Joanesburgo, o chefe de Estado sul-africano considerou que a actual crise de energia, os níveis de criminalidade e a corrupção afectam a atracção de investimento estrangeiro na economia mais desenvolvida do continente.
Em Abril, a concessionária de electricidade da África do Sul, Eskom, revelou que gasta em média pelo menos mil milhões de rands (49,2 milhões de euros) em corrupção por mês, segundo o ex-administrador da empresa pública sul-africana.
“É uma estimativa conservadora baseada na minha avaliação das perdas incorridas pela Eskom que chegaram ao meu conhecimento”, afirmou André de Ruyter numa declaração ao Parlamento, citada na imprensa.
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