África concorda em reforçar orçamentos destinados às emergências de saúde

África concorda em reforçar orçamentos destinados às emergências de saúde

Um total de 47 Estados africanos acordaram hoje mobilizar mais recursos para reforçar a resposta às emergências sanitárias no continente, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), que realiza no Togo o seu 72.º Comité Regional para África. 

“A covid-19 constituiu uma chamada de atenção para que o continente africano priorize a construção de sistemas de saúde resilientes, capazes de prestar cuidados de saúde de qualidade e responder a emergências de saúde pública”, sublinhou a directora da OMS para África, Matshidiso Moeti, numa conferência de imprensa em Lomé, capital do Togo. 

“Cada vez mais se reconhece a crescente ameaça que as emergências de saúde pública representam para as economias e sociedades em todo o mundo, sublinhando a necessidade de uma abordagem e investimento conjuntos na sua prevenção e preparação”, acrescentou Moeti à Lusa. 

Os Estados africanos concordaram em disponibilizar meios financeiros sustentáveis para garantir a segurança sanitária, e serem capazes de responder eficazmente a emergências de saúde pública no prazo de 24 horas após a sua detecção, assim como para equipar, pelo menos, 80% dos seus distritos ou regiões com programas de prestação de serviços de saúde fiáveis. 

“Esta estratégia é fruto de conversações extensas com os ministérios da Saúde africanos e muitas outras instituições, actores técnicos e parceiros em todo o continente”, disse a responsável da OMS. 

A ministra da Saúde do Uganda, Jane Ruth Aceng, saudou o acordo pan-africano e, na mesma conferência de imprensa, registou a disponibilidade do seu país para partilhar a sua experiência na contenção de numerosas emergências sanitárias, tais como as pandemias de Ébola e de febre hemorrágica da Crimeia-Congo (CCHF, doença contagiosa, geralmente transmitida por picadas de carraças). 

Segundo Aceng, o Uganda conseguiu controlar de forma razoavelmente eficaz a pandemia de covid-19, graças às lições aprendidas nos últimos anos, embora “a doença tenha saturado, da mesma forma que saturou os sistemas de saúde em todo o mundo”, a capacidade de resposta sanitária do país. 

África é o continente com mais emergências de saúde pública, com mais de uma centena por ano, de acordo com a OMS. 

Antes do aparecimento da covid-19, as pandemias mais recorrentes no continente africano eram doenças como a cólera, sarampo, febre-amarela, meningite meningocócica, gripe e febres hemorrágicas virais, todas passíveis de ser prevenidas com a imunização de rotina. 

Segundo a OMS, África precisa de até 4 mil milhões de dólares por ano para satisfazer as suas necessidades básicas de segurança sanitária e para se preparar para uma possível pandemia futura. 

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