África apela a transição verde equitativa que não afecte desenvolvimento

África apela a transição verde equitativa que não afecte desenvolvimento

O chefe de Estado do Senegal e presidente rotativo da União Africana, Macky Sall, apelou ontem a uma transição verde equitativa que não afecte o desenvolvimento dos países africanos, que emitem menos do que contribuem para o aquecimento global.

Macky Sall defendeu, por isso, que o fim das emissões de carbono deve ser feito num “prazo razoável” e sublinhou que o continente africano contribui com menos de 4% dos gases com efeito de estufa, e, no entanto, é a região que está a suportar o peso e o custo da crise climática.

“Estamos a fazer um desenvolvimento verde e muitas vezes usamos a dívida para o fazer”, alertou Sall, que apelou a que a adaptação à crise climática fosse financiada por subvenções e donativos.

Citado pela Lusa, o actual presidente da União Africana (UA) disse acreditar na partilha e diferenciação das responsabilidades, argumentando que “aqueles que mais poluem devem pagar mais para tirar o nosso planeta deste caminho da crise climática”.

O chefe de Estado senegalês defendeu a importância de não permanecer “no reino das promessas”, mas sim de “agir” para salvar o planeta e apelou à implementação do Acordo de Paris (2015), reafirmando o compromisso de África com a implementação deste pacto.

Os africanos, reforçou, “estão determinados a fazer história em vez de serem meras vítimas”.

Recordou também que África é o lar de “um dos poucos pulmões verdes” do planeta, a Bacia do Congo, que representa um quarto das florestas tropicais do mundo capazes de absorver carbono.

A COP27 começou no domingo e terá lugar até 18 de Novembro na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh, com vista a implementar o legado da anterior COP26 em Glasgow (Reino Unido) e o financiamento para os países menos desenvolvidos na luta contra as alterações climáticas.

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