Adriano Nuvunga denuncia medo generalizado em Moçambique. E questiona quem será a próxima vítima?

Adriano Nuvunga denuncia medo generalizado em Moçambique. E questiona quem será a próxima vítima?

O director-executivo do Centro Para Democracia e Direitos Humanos (CDD), Adriano Nuvunga, afirma haver um medo generalizado em Moçambique face aos esquadrões de morte que têm observado no país.

Falando após o funeral do Elvino Dias, advogado do candidato presidencial Venâncio Mondlane, assassinato no último sábado (19), juntamente com o mandatário do PODEMOS nas Eleições Gerais, Nuvunga considera que a repressão policial intensificou o medo entre os moçambicanos.

Segundo uma publicação da Radio France Internationale (RFI), Adriano Nuvunga, que esteve presente nas exéquias, diz ter visto uma população enlutada mas, simultaneamente, com vontade de lutar pela justiça e pelos direitos humanos.

“Há medo generalizado em Moçambique: de quem será a próxima vítima? Quem será o próximo sangue a ser derramado, particularmente num contexto em que o sentimento é o de que este é um crime do Estado contra cidadãos. É um crime do Estado contra activistas, contra defensores da democracia e dos direitos humanos. São armas de guerra que estão a matar activistas, estão a matar advogados”, assinalou o activista social.

Para Nuvunga, “as pessoas continuam a chorar este assassínio bárbaro e barulho macabro de Elvino Dias e de Paulo Guambe, mas o estado de choque nas pessoas ainda está presente”, lembrando que há cinco anos atrás se matou da mesma forma Anastácio Matavele.

“As pessoas estão ainda em estado de choque, mas ao mesmo tempo as pessoas estão a dizer: já choramos este lutador que tombou nas mãos das forças do mal. É preciso honrá-lo, continuar a sua obra e legado, juntando-se para lutar por justiça”, frisou.

Comentando sobre as Eleições Gerais que os seus resultados serão anunciados esta tarde pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), Nuvunga afirmou que o escrutínio foi uma “uma charada e sem credibilidade”.

“Essas eleições são uma charada. São eleições sem credibilidade, eleições que não são o meio através do qual o povo pode falar e as instituições de Moçambique não permitem o respeito pela vontade popular”, realça.

Sobre a onda dos assassinatos, sobretudo em períodos eleitorais, o director-executivo do CDD, defende que “este é um regime que já está a denunciar que não tem mais nada a dar ao povo, que é um regime que já está se a manter pelos meios autoritários e repressivos”. Portanto, “é um regime que, democraticamente falando, pode-se dizer não ter mais rosto para sair em público”.

 

(Foto DR)

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