O Comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, diz que a jornalista e activista social do CDD, Sheila Wilson, foi detida porque estava a criar agitação.
Sobre os tumultos, em torno da operação de retirada, à força, dos antigos oficiais do Serviço Nacional de Segurança Popular, SINASP, e que culminou igualmente com a detenção da Jornalista e no roubo de equipamento de filmagem da STV, o Comandante geral da PRM referiu que a detenção da jornalista ocorreu para garantir a ordem e tranquilidade pública.
“Infelizmente, apareceu uma jornalista, não sei se registrou aonde, que estava a criar agitação, aquilo que vocês viram na rede. Nós não batemos com ninguém, não agredimos ninguém, procurem saber, não houve nenhuma agressão. Então, era para salvar aqueles nossos colegas. Falamos bem com eles e saíram dali, sem nenhum problema”, disse citado pelo O País.
E mais, Bernardino Rafael pediu para que a imprensa provasse que de facto a polícia usou a força para dispersar manifestantes que estavam acampados há dias defronte aos escritórios das Nações Unidas.
“Primeiro tem que provar. O que aconteceu? Como jornalistas, o que vocês viram de mal que a polícia fez? Primeiro tem que aparecer um órgão a trazer o mal que a polícia fez. Proteger alguém que sujou, que está dentro de sujidade, provavelmente pode apanhar doenças, é mau? Proteger perto do hospital, do Icor (Instituto do Coração), perto da diplomacia, é bom? Acho que há coisas que as pessoas provocam para ver a reação. Nós não reagimos contra aqueles, são nossos colegas. E eles próprios podem testemunhar que nós não fizemos mal a eles. Queremos proteger a saúde deles e das suas famílias. Nada mais”, afirmou ainda citado pelo jornal.
Várias entidades nacionais e internacionais emitiram comunicados a condenar os relatos de violência contra jornalistas e apelam às autoridades moçambicanas a investigar esses incidentes, com a garantia de que todos os autores sejam responsabilizados.
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