“Os funcionários públicos, ora deslocados em diversos distritos, deverão regressar à Mocímboa da Praia até final deste mês. Quem não regressar o seu salário será bloqueado. A ordem é do governo distrital e surge nas vésperas do início do recenseamento eleitoral”, escreve o Centro de Integridade Pública (CIP) no seu mais recente boletim sobre processo político.
Segundo o CIP a decisão do governo provincial leva duas interpretações. A primeira está relacionada com o medo que a Renamo já vinha manifestando de que a Frelimo quer forçar eleições em Mocímboa da Praia, devido a vantagem que tem de contar com o apoio dos funcionários públicos. De facto, o retorno forçado, sem pré-aviso, parece dar razão à contestação da Renamo.
A segunda interpretação é de que a decisão governamental resulta dos condicionalismos da multinacional Total para o retorno às operações.
O CIP refere ainda no documento que o MZNews teve acesso que a Total impõe como condição para o retorno às suas actividades o funcionamento pleno dos serviços públicos em Mocímboa.
Refira-se grande parte dos funcionários públicos ainda se encontra em campos de deslocados de guerra nos distritos de Pemba, Metuge, Chiure, Montepuez, Mueda, Macomia, entre outros e ainda não tem onde residir em Mocímboa da Praia, uma vez que as suas casas foram totalmente destruídas pelos terroristas. Entretanto, o governo distrital só quer o retorno dos funcionários até dia 30 de Abril em curso.
Fonte: CIP
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